17 março 2006
seio
Olhou sem grandes pretensões pretendendo apenas descansar a vista. Mas algum magnetismo obscuro fez com que o olho grudasse nele por largos minutos sem que aos cílios fosse dada a benesse de pestanejar. Não reparou nas mãos amassadas muito menos na barriga saliente insinuada contra a blusa larga de decote farto. Apenas se deixou afundar imaginariamente naquilo que lhe parecia uma enorme almofada de algodão doce. A borda da areola escura tentando fugir do soutien salmão fez com que se perdesse em devaneios sobre formato e textura dos mamilos. Sentado no fundo do ônibus acompanhou a dança produzida por cada novo buraco na estrada e pela primeira vez agradeceu mentalmente o descaso do governo. Se perguntou se algum ser já teria degustado aquele manjar, chegou até a saber-lhe na boca um quê de morno, um quê de azedo. Entretido que estava sequer reparou naqueles olhos macios que o acarinharam de longe e, pego de surpresa, apenas teve tempo para balbuciar... mãe?!
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4 comentários:
sumi nao...a vida ta corrida desse lado do mundo...ando muito pela rua pra conhecer o lugar... estou numa escola de ingles tambem...quase nao tenho tempo pra cuidar dos blogs,,,tenho que aprender logo essa lingua...mas estou sempre por aqui
Esperei você retornar, li sobre sua viagem e esperei você postar aqui um de seus contos que, como sempre, são cortantes, diretos e belos.
hábeijos
claudio
?
freud?
edipo?
?
gore vidal diz que é minha culpa...
Muito bom!
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