O amor é para ser declarado. Gritado ao mundo ou num sussurro ao pé do ouvido, a escolha é sua. Essa história de contar 20 anos depois entre fotos de filhos e marido que tinha cadernos cheios com seu nome envolto em corações flechados definitivamente não é a minha praia. Sou meio desengonçada nesses negócios de coração, minhas idéias raramente correspondem aos fatos e onde eu vejo fumaça normalmente tem um iceberg a milhões de anos do degelo. Por isso desisti do caminho dos jogos e normalmente mando na lata. Uma lataria corada e gaga mas certeira.
Uma hora você percebe que as respostas podem ser duas: Sim e Não. Também tem aquele cara que mal te olha e não fala nada ou diz que não sabe, mas aí meu lado prático, avesso a nós desnecessários nos miolos, me faz riscar um xis no quadradinho do não e seguir em frente.
Quem tem medo da pergunta geralmente teme mais a resposta, a rejeição. E num país como este onde o buraco da fechadura é maior que a porta, existe ainda exposição. Porque mesmo que você opte pelo sussurro o pé na bunda é público. Nossas vidas não tão privadas correm soltas em episódios romanceados e temperados por cada novo narrador que te espreita na surdina nesse jogo imbecil de "eu sei e faço de conta que não mas não me aguento e mando piadinhas que voce finge que não entende". À merda. O que importa é que o possível interessado seja informado e eu tenha minha resposta, seja ela qual for. O mundo já tem demasiadas questões sem solução.
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