12 novembro 2010
Quase
Um acorde sincero lamentando um amor malfeito pairou temperando a noite quase fria, quase inóspita. Do alto, o sol, com pena de ficar de fora, espreitava a noite com a lua feita espelho. E minha cabeça, que insiste em ver beleza nas coisas mais estranhas, não se deixou seduzir pelas mil estrelas, pela melodia, menos ainda pelos corpos rodopiando em torno dela. Assim, a visão das mãos quase independentes do seu resto roubou o espaço dos parcos pensamentos que `aquela hora ainda circulavam, e elas ficaram um pouco ali reinando sozinhas na minhas ideias. Uma cabeça cheia de suas mãos rápidas. E com elas os músculos delicados que as moviam e ate um pouco o sorriso que se iluminava no fim daqueles braços. E era mais linda a musica daquele sorriso se espalhando nas minhas articulações, dos acordes que aquelas mãos desenhavam, que o som fraco da guitarra abafada que eu quase não ouvia mais.
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