10 dezembro 2010

Sem retorno

Curva apertada para a direita. O cinto prende mais que assegura. Ouço chaves, cadeados pesados sendo trancados. Sinais se avermelham por onde passo. Em frente apenas a luz tímida de uma lanterna que já conheceu pilhas mais alcalinas. Em dias como este e´ impossível ignorar os ruídos. A voz está lá, apesar de você sacudir a cabeça como quem manda embora uma mosca chata. Ela se retrai momentaneamente mas logo volta, e fica te martelando como um mantra. às vezes inaugura o dia, antes mesmo do despertador adiantado cinco minutinhos, tortura preferida de 9 entre dez proletários.O momento em que escolhemos um caminho. Uma verdade para seguir. E todas as outras continuam zunindo na nossa cabeça em protesto. 
Eu, pobre criança arrogante, incapaz de preterir um brinquedo em favor dos outros, escolho mais um caminho com a esperança de não ter errado muito.

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