25 agosto 2012

esquizofrenia


Vozes a mais na minha cabeça. Algumas gritam, bem perto das artérias principais das minhas vias neuronais. Outras sussurram, algumas entoam apenas mantras repetitivos, que, se eu me concentrasse apenas nelas, embalariam meus sonhos naquelas madrugadas compridas, que sempre amanhecem segunda-feira.
Todas, de sua maneira particular me questionam. Aonde você vai com isto? Enlouqueceu? Porque não fez isso antes? Você sabe que vai se ferrar de verde e amarelo, não sabe? E eu, que não tenho uma única resposta para gritar, sussurrar, entoar em mantra de volta, calo-me.  Enquanto encho mais um cálice de tequila. Para que, finalmente bêbada, essa rebelião adormeça em um sonho semi-comatoso. E me deixe em paz, me entregar para você. Que, descubro agora, nunca gostou de mulheres que bebem.

Um comentário:

Garagos disse...

Sempre gostei de mulheres que bebem