08 dezembro 2005

trabalho

Tocava, a alma toda na ponta da dos dedos, arrancando diminutos tristes em oitavas impossíveis. Fechou os olhos e embarcou na melodia, leve, feito cegonha em viagem de volta. Esqueceu onde estava e, por um breve segundo, esqueceu até o condomínio atrasado. Soltou a voz morna fazendo arrepiar as espinhas em volta e marejar os olhos da moça apaixonada. Mergulhou nesse êxtase tântrico por duas horas. Findo o horário combinado guardou o violão, agradeceu e se despediu deixando a platéia orfã e inconformada. Mais um dia de àrdua labuta que se encerra.

6 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Eita, uma narrativa maravilhosa. Tece, vai crescendo para terminar numa situação nada casual.

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hábraços,claudio

Cláudio B. Carlos disse...

Oi Nandi!

Gostei.


Beijos do CC.

Anônimo disse...

Texto curto e belo. Gostei do seu blog.

Desiree disse...

sua narrativa uma delícia... quem dera eu conseguir traduzir em tão pouco o muito que vc consegue!

Anônimo disse...

Bem narrado. Mescla de sentimentos... bom!

Warum Nicht? disse...

puro ritmo!
tudo a ver com o tema... nada a dever pro garcia marques...