30 janeiro 2009

roubo

Rodeou primeiro meu rosto com dedos delicados e não tive medo. Como temer estas mãos de príncipe que me deixam com o gosto do paraíso na ponta da língua?! Sabia que seria doloroso no começo, já tinha me informado antes, mas estava confiante e recuar nao era uma possibilidade. Deixei que seguisse pelo meu pescoço, minhas costas. Até chegar no ponto exato do meu maior desgoverno. Riu um pouco dos meus olhos esbugalhados e me pediu que confiasse. Fiz que sim e ainda sussurei um "continua" ansioso.
Foi então que me beijou, entranhou sua lingua em mim, contornou todos os obstáculos e finalmente se enfiou no meu peito e me levou o coraçao. E quando sorri confiante, esperando a troca, me deixou apenas um beijo de despedida: "-se cuida direito princesa." Me largou jogada no chao em agonia sem nem conseguir retrucar. Era um troca, lembra, voce precisa me dar o seu pra eu viver. Fiquei apenas deitada durante um tempo que nao sei medir e hoje em dia meu sangue circula por pura teimosia, sem um coração que o mova.
E eu sigo, atenta, farejando minha vitima. Alguém que queira me entregar seu coração.
Só não terei um para ceder em troca.

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