28 junho 2009

cotidiano

Era a droga de um bar imundo com ovo colorido no balcão e sanduiche de pernil de anteontem. Sua mãe não podia nem sonhar que tinha entrado num lugar desses! Mas tinha. Pediu um cigarro e depois de amaldiçoar mais uma vez aquele vício maldito acendeu com prazer. Lá fora um sol mexicano assava a calçada. Do lado de dentro a cerveja gelada descia redonda. Fora a cerva honesta, não havia mais nenhuma loira por perto para completar o cenário de anúncio de cerveja. Tinha trabalho a fazer. Cedo demais mas o cliente preferia assim. E o serviço se aproximava naquele instante do balcão. Queria uma cerveja e filou seu cigarro. Tudo bem. Entraria na conta. Olhou bem o que o esperava e ali, sob o olhar curioso do português barrigudo, o comercial se completou. -Você é o melhor que eles tinham? Se dirigiu diretamente pra ele que naquela hora se soube lascado. Os filhos da puta tinham-lhe dito que era simples. Serviço sujo, pacote economico, sem muita firula. Mas a firula era gostosa e mulher bonita tem vantagem, até na hora de levar um tiro nos cornos. -Pra quê a pressa? Eu não vou fugir, bonitão. Ouviu já meio grogue pela mão que ela sem cerimonia já passava pela sua perna. Além de tudo lia pensamentos. O destino estava traçado. Os dados rolando naquelas mãos esguias e macias. Estava perdido, sabia disso. Mas apenas levantou, deixou uma nota grande para o português que lhe piscou por de trás das sobrancelhas grossas, e a seguiu com um sorriso nos lábios.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Além de tudo lia pensamentos." ;)
uiii...
Beijinhos :)
C.