curva de Gauss

Dois olhos argutos. Uma boca. Mãos, pés feios e um pouco tortos, dois rins. Um par de notas vermelha no boletim em 1962. Liceu incompleto. Uma certa dor nas costas esporádica, pontualmente hipertenso depois dos 45. Alfredo, 1,72m, honesta barriguinha cultivada pela cerveja, é assim, um legítimo P50 estatístico. Se sucedia contudo que apreciava as margens da curva de normalidade, certo que estava que a média é desprovida de imaginação. Casado durante 30 anos com Adélia, mulher de verdade depois da cirurgia aos 27, enquanto a vida não os separou. Ajuntado aos 51 com Vida, mulher de 45 corpo de 43 que conhecia os temperos certos, cama e fogão. Alfredo sabe que fora da curva o mundo é sem limites.