10 outubro 2005

e o rio de janeiro continua lindo...

Eles andam por aí pelas ruas e pelas calçadas. Não são quem parecem, também não parecem ser o que são. Andam juntos em comunidades parecidas com a família de cujos rostos quase não se recordam mais. Deambulam pela cidade que adotaram para sobrenome inflingindo nos transeuntes sensações contraditórias.
De manhã, logo cedo, o sol as surpreende na sua forma verdadeira. Estão por aí na porta das lojas adormecidas, cobertas pelo manto de inocência que só as primeiras horas do dia surpreendem. Crianças que finalmente são, sonham sonhos felizes, alheias à vida que segue lá fora. Até ao primeiro chute, o primeiro tiro, o primeiro grito do dia, a primeira fome.

Um comentário:

Claudio Eugenio Luz disse...

Genial, narrativa surpreendente.É lindo saber que ainda existem pessoas que não desviam o olhar. Isso é fundamental.Por mais dura que seja a realidade. Uma cronica, um conto. Uma verdadeira narrativa sem ser apelativa.As duas primeiras frases, resumem tudo.A última frase faz o leitor ser sacudido: quem chuta?quem atira?
..
..e o mundo continua lindo...

hábeijosmil