26 novembro 2005

peito aberto

Quase esqueceu a chave dentro de casa, o saco do lixo pingou na sandália nova, fora o pão que tinha queimado logo cedo na chapa e a caixa de e-mail deprimentemente vazia. Deu bom dia meia-boca para os vizinhos, cumprimento educado, cabeça revolta. O cabelo estava péssimo, e a blusa mostrando mais do que tinha planejado. O sorriso do vizinho se alargou e o da vizinha murchou. Tinha acabado de arrumar confusão com a síndica por conta do wonderbra novo. Que se dane, tava lindo! Piscou para o vizinho e ajeitou o decote. Tinha resolvido enfentar o dia de peito aberto.

7 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Um recorte preciso de um instante preciso - gosto disso. No minimo, tudo concentrado. Apenas uma palavra me deixou em dúvida, mas fui pesquisar e descobri o que era; então, a narrativa ficou mais clara para mim. Quando a personagem encara o dia(a vida) de peito aberto, toda força se concentra nessa decisão: de ser realmente livre e dona de seu destino.Excelente.
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hábraços,claudio

Anônimo disse...

SEU BLOG NUNCA FOI ONÇANALISADO?

Você poderá ser um dos escolhidos...

Cláudio B. Carlos disse...

Oi Nandi!

Tá muito bom!

CC.

Jorge Ferreira disse...

passo bem rapidinho, abraços

Morris disse...

Hi,

I want to visit Brazil someday, can I come and stay with you?

Mr. Morris
Ask Morris

rseefo disse...

quem nunca teve um dia desses?
acho q todos temos um gene da síndrome de perseguição, mas poucos sabem controlá-lo. eu ainda estou aprendendo.
adorei o teu blog.
bjos

Defunto Autor disse...

Cotidianos iluminados sempre!