09 fevereiro 2006

sinderela

Primeiro foi esse seu jeito de olhar que não permite segredos. Nunca houve par de olhos castanhos mais intrusos! Depois, essa voz, esse timbre madeira trabalhada por um artesão afamado e que provoca cócegas no ouvido. Por longos minutos você foi só voz, palavras que o cérebro é incapaz de processar, hipnotizado pelos seus olhos ganhando novas nuances a cada mudança de luz. A boca mastigando cada sílaba, a dança ritmada dos músculos faciais produziam um som que reverberava nas paredes da sala, a escala inteira de dó sustenido afinando o seu discurso!
A lista de ingredientes fundamentais foi mentalmente consultada...o corpo... feito sob encomenda, sem maiores exageros ou carências acelerava o meu pulso cada vez que uma nova inspiração expandia seu tórax. A graça ensaiada surtiu efeito e você sorriu um sorriso de candeeiro em beco escuros inoculando pensamentos nada cristãos. O abraço antecedeu o amasso e o final foi aquele que todo o mundo já espera. Despertei com o sol a pino castigando meus sentidos entorpecidos. Sozinha, desnuda e sem carteira. Do meu lado, apenas um bilhete em português precário "bon dia Sinderela"!

6 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Bons dias, minha cara. Volta com a carga toda num conto pra lá de desejoso!
.
hábraços
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claudio

rseefo disse...

bebeu do copo de estranhos? Mamãe não ensinou que não pode? Heheheheh

Não pare de escrever.

Anônimo disse...

Voltaste... só é pena usares palavras que não conheço... mas isto está muito bom.
jokas.

Jorge Ferreira disse...

então retornas...recebeu meu último email...não se finja de morta!

Joana Careca disse...

Oi!
Beijos
Joana

Desiree disse...

voltou e foi de novo?

delícia das delícias esse texto dona sinderela!