cotidiano

Subir morro em dia tenso, biscoito globo e praia em dia de sol. Ter que se baixar no onibus por causa de bangue-bangue do lado de fora, dar um 'passa-fora' no moleque que ia tentar a graça de levar a sua carteira. Ouvir cantada de peão de obra, velho tarado e mulher gostosa (às vezes eu penso se não tou no time errado!). Ver global na rua e fazer que não tá nem aí (aliás o Jiló de Roque Santeiro é meu vizinho e aquele mulherão da minissérie pega um negão estrangeiro que estourou todas as minhas escalas... 100% playground!)...
Era uma das poucas coisas que faltava, junto com subir o morro da gávea e pular de asa delta. Você já foi abordado por um traficante ou alguém que se tivesse apresentado como tal? (Mami respira fundo, eu tou bem, juro!!) Pois é... eu fui cantada por um. Traficante MC com Latino, Claudinho e Buchecha e outros pagodeiros que tais no repertório. Óculos de grau com armação dourada combinando com os olhos entre o ictérico e o vermelho, no caso mais provavelmente devido ao 'bagulho' do que aos ratinhos. Disfarçado, diz ele, de catador de latinhas da praia onde eu, ingenuidade pouca é bobagem, pretendia um pouco de sossego pós estudos de vias neuronais estranhas (sabia que o tálamo fede? whatever...) Meu suposto traficante galã também atende por Douglas, é recém saído da cadeia (aprendi umas coisas sobre a diferença entre as girías que distinguem as diversas facções mesmo dentro da cadeia), idolatra um tal de Rogério, há muito na companhia do capeta, Comandante do CV e mais um milhão de siglas, e queria muito meu telefone pra a gente dar um rolé na comunidade da Mangueira. Muito 'papo reto' depois Douglas se foi sem o numero do meu celular no bolso, me deixou um bilhete em português e caligrafia ruim à guisa de despedida e a certeza que a bandidagem também pode ter bom gosto!! ;-)