Estava num daqueles dias onde se arrumam todas as desculpas para não fazer o que tem que ser feito. E a velha tv que ainda não conhecia as cores logo ali, enfeitando a poeira do sotão. Funcionaria?
Nada. Nada, e nada. Quando apertou o comando pela quarta vez, aconteceu. O milagre era velho, gordo e barbudo. A sequência especial discada ao acaso o acordara. Na tv o mocinho encontrava a mocinha depois de uma briga de 4 capítulos, e o gênio no sofá explicando que para acompanhar a tecnologia resolvera, há alguns anos, mudar da velha xícara Ming para aquele comando. Ah, a dona não fazia idéia do que é a vida dos gênios que ainda estão por aí. Do outro lado o mocinho pegava na mão da mocinha com lágrimas no canto do olho prontas para inundar o próximo take. No tempo em que ele era jovem, isso sim eram bons tempo!
Tinha gostado dela por isso revelaria um dos grandes mistérios da humanidade. E o mocinho revelou o mistério que durara a novela inteira. Sabe as pirâmides de Gizé? Três. Pois então! Mas a dona que pensasse bem pensado porque desejo mesmo só um, a economia não andava tão bem como eles gostavam de fazer parecer. Na tela monocromática a moça suspirava o suspiro que antecede a reconciliação e ela desejou. Desejou que aquele filho de pirâmide mal parida fizesse o favor de calar a boca. Onde já se viu atrapalhar assim logo na hora da novela!
4 comentários:
Nandi, nandi. Mais uma vez brincando com os cacos da modernidade e lançando para os leitores pedaços dessa caminhada tortuosa. A gente brinca de procurar, nas ruínas da casa, as peças para reconstruir o quebra-cabeça.
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hábeijos
humor e rumores cotidianos...o que se esconde por baixo daquilo que guardamos? Poeira...dúvida...graça?
sinto falta dos seus textos...obrigado por continuar aparecendo no rasgamortalha!!!
abraços
jf
onde estará a nandi?
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